Skechers é comprada pela 3G Capital e deve dominar o mercado global de calçados esportivos
O avanço silencioso da Skechers pelo mundo
A marca norte-americana de calçados Skechers está protagonizando uma das maiores transformações do setor esportivo e fashion global em 2025. Com presença em 180 países, mais de 5.300 lojas ao redor do mundo e um faturamento de impressionantes US$ 9 bilhões no ano passado, a Skechers vem se consolidando como a terceira maior marca de calçados do planeta, atrás apenas de gigantes como Adidas e Nike. E agora, com a aquisição da empresa pela 3G Capital — fundo de investimentos brasileiro comandado por Jorge Paulo Lemann — o horizonte da marca parece ainda mais promissor.
Crescimento sustentável e diversificado
Nos últimos dez anos, a Skechers apresentou um crescimento contínuo, mantendo uma taxa anual entre 10% e 15%, o que demonstra um desempenho consistente e sustentável. Diferente de marcas que enfrentam dificuldades para expandir suas operações fora do território nacional, a Skechers já conquistou um feito relevante: apenas 30% de suas vendas são originadas nos Estados Unidos, sinal claro de sua presença e penetração internacional.
Esse sucesso é alimentado por uma estratégia de portfólio diversificado. A Skechers não se restringe a um único nicho, oferecendo calçados para homens, mulheres, crianças e idosos. Sua linha vai desde tênis casuais e fashion até modelos específicos para corrida. A marca também está bem posicionada tanto no ecommerce quanto no varejo físico e atacado, o que amplia significativamente seu alcance.
Aquisição estratégica da 3G Capital
A entrada da 3G Capital na operação promete alavancar ainda mais o desempenho da Skechers. O fundo de investimentos, conhecido por transformar grandes marcas globais, adiciona a fabricante de calçados ao lado de outras gigantes de seu portfólio, como a Restaurant Brands International — dona do Burger King e Popeyes — e a Hunter Douglas, adquirida em 2021 por US$ 7 bilhões.
Com o histórico da 3G em gestão eficiente e expansão internacional, analistas de mercado já especulam que a Skechers pode em breve rivalizar diretamente com Nike e Adidas em termos de receita e inovação. Isso representaria um novo capítulo para o setor de calçados esportivos e de lifestyle.
Presença tímida no Brasil, mas com enorme potencial
Apesar da robusta presença global, a Skechers conta com apenas 15 lojas no Brasil, um número considerado modesto diante do tamanho do mercado brasileiro de calçados, que é o terceiro maior do mundo. Com a entrada da 3G Capital, espera-se uma ofensiva mais agressiva no país, aproveitando não apenas a familiaridade do fundo com o mercado local, mas também a carência por novas opções no segmento esportivo e fashion nacional.
Especialistas acreditam que a Skechers possa rapidamente escalar sua operação no Brasil com o modelo de franquias, parcerias com varejistas multimarcas e maior presença digital. A penetração da marca nas classes C e D, com preços mais competitivos do que os de seus concorrentes diretos, pode ser um diferencial estratégico.
Um modelo de negócios que se adapta ao novo consumidor
O sucesso da Skechers também pode ser explicado pela sua capacidade de entender o consumidor contemporâneo. Em um mundo cada vez mais digital, a marca investe fortemente em canais online, redes sociais e aplicativos móveis. Além disso, desenvolve coleções limitadas, colaborações com celebridades e aposta em tecnologias que garantem conforto e desempenho — características cada vez mais exigidas pelo consumidor.
Outro ponto positivo é a produção em larga escala com cadeias logísticas bem ajustadas, o que permite lançamentos ágeis e preços acessíveis. Esses fatores são decisivos para competir em mercados emergentes e entre públicos mais sensíveis a preço.
Skechers x Nike x Adidas – a nova batalha dos gigantes
Com a recente aquisição, o mercado começa a traçar novos cenários de competição. A Skechers, até então considerada uma marca secundária por alguns especialistas, agora ameaça os dois maiores nomes do setor. Em performance de crescimento nos últimos anos, a marca norte-americana superou Nike e Adidas. Enquanto essas gigantes enfrentam desafios com estoques elevados e margens pressionadas, a Skechers cresceu de forma mais estável e lucrativa.
Analistas apontam que, com a gestão da 3G Capital, haverá corte de desperdícios, reposicionamento de produtos e investimentos em marketing mais agressivo. Isso deve intensificar a disputa por market share, sobretudo em países como Brasil, México, Índia e Indonésia, onde ainda há espaço para expansão.
Expectativas para os próximos anos
A aquisição da Skechers pela 3G Capital representa um dos movimentos mais relevantes da indústria global de moda e calçados em 2025. Com uma estrutura enxuta, gestão arrojada e uma marca consolidada, o futuro da empresa parece promissor. Há expectativas de abertura de capital em novas bolsas, aumento das receitas no Brasil e América Latina, e lançamentos tecnológicos voltados à corrida e bem-estar.
Os próximos anos serão decisivos para saber se a Skechers conseguirá deixar de ser apenas a “terceira maior marca” e assumir de vez o protagonismo como líder do setor.